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Channel: Blog do Neófito
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Cosplay: "A" Comediante

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                                                            I started a joke
                                                             Which started the whole world crying
                                                             But I didn't see
                                                                                  That the joke was on me

                                                                                    I started to cry
                                                                                   Which started the whole world laughing
                                                                                    Oh if I'd only seen
                                                                                   That the joke was on me

                                                                                   (...)

                                                                                   'Till I finally died
                                                                                    Which started the whole world living
                                                                                    Oh if I'd only seen that the joke was on me

Música: I Started A Joke, de Bee Gees
Imagem: cosplay de O Comediante, Angelica Danger Dawn fotografada por Mike Rollerson

Revisitando Belle de Jour [Cinema]

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Semen retentum, venenum est.
As videolocadoras estão acabando em razão da pirataria. Acho até que demorou. É complicado imaginar como um negócio de aluguel de DVDs pode dar certo quando camelôs vendem dois filmes por R$ 5,00, ou menos. Além disso, não raro alugamos algo para, em casa, não conseguir rodá-lo de tantos arranhões. Na Cidade onde moro há alguns anos, quase não existe mais locadoras de vídeo, nem existe cinema. É quando agradeço por esta ferramenta quase mágica chamada internet com banda larga, que me proporciona assistir a filmes praticamente impossível de encontrar. Foi assim que revi Belle de Jour numa ótima resolução. E ainda fico fascinado com esse filme.

Sei que, para os dias de hoje, esse filme não ofende a honra de ninguém. Primeiro, porque honradez é algo em extinção. Segundo: o mundo, hoje, é dominado por uma putaria desenfreada, onde crianças trocam brinquedos por sexo e casamentos não duram quase nada, em razão da falta de vontade de ambas as partes em abrir mão de parcela de sua liberdade. Se Eric Hobsbawm fosse vivo, certamente escreveria o quinto volume de suas "Eras": A Era da Sacanagem.

Na trama, Catherine Deneuve (como Séverine Serizy) é uma esposa mimada e desocupada, que passa os dias pensando em relações sexuais sádicas, quase sempre envolvendo chicotes e cordas. Aquele ditado é verdadeiro: "Cabeça vazia é oficina do Diabo". O marido médico (Jean Sorel, como Pierre Serizy) é um trouxa que não se preocupa em bate o ponto na patroa, deixando-a na mão e correndo o risco de deixá-la para o Ricardão. Não demora até a sonsa frequentar um cabaré (apenas pela manhã, daí o título "A Bela do Dia") e fazer programas. Os momentos no puteiro são memoráveis: cada depravado pior do que o outro! E sempre teremos a eterna dúvida: o que será que o chinês gordinho guardava naquela caixa que impingia medo até às prostitutas mais experientes? E ver o rostinho angelical de Catherine Deneuve contrastando num rendez-vousé um deleite à parte. Mas, sem dúvidas, nada se destaca mais nessa obra-prima de Luis Buñuel do que as sugestões à pedofilia, tanto da infância de Séverine quanto na colegial que reside no cômodo acima do bordel de Madame Anaïs, objeto de desejo de vários clientes. Algo, certamente, mostrando com mais reserva nos dias contemporâneos - onde não existe vergonha na cara, mas fingimos que somos politicamente corretos.

Quem nunca viu essa obra de arte, não perca tempo. Há muito lixo estreando todos os dias. Dê um crédito a essa produção francesa da década de '60, que não possui nem duas horas de duração. O final delirante (ou imaginativo?) nos deixa com aquela sensação de "Porra, que filme!". O roteiro foi adaptado pelo próprio Bruñel do romance homônimo de Joseph Kessel.

Mais imagens de Catherine Deneuve, a baixo.







Surpresa com as capas de Cebolinha

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Fiquei surpreso quando vi, em Cebolinha n.º 74, um cartum na capa, ao invés de algum desenho sem graça servindo apenas para ilustrar a história de apresentação (quase sempre, uma trama também sem graça alguma). Na fase Panini da Turma, as anedotas de capa ficaram mais para os almanaques. Eis que, hoje, comprei Cebolinha n.º 75 e, novamente, optaram por outra capa mais criativa. Espero que isso se torne cada vez mais frequente em todos os demais títulos, e não fique somente em Cebolinha. Quanto ao conteúdo, está meio insosso. Mas há três histórias que valem a pena (nenhuma protagonizada por Cebolinha, no entanto): Enquanto Você Dormia (Bidu); Evolução (Piteco) e Bichinhos e Monstrengos (Anjinho).

Uma boa HQ: Chico Bento n.º 75

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Comprei Chico Bento #75 e gostei. Fazia tempo que a história de capa não me agradava. E dessa vez foi diferente. A história protagonizada pelo primo Zeca foi bacana e não tomou muitas páginas. Além disso, parece que deixaram o "idiotamente correto" de lado e não retiraram o cachimbo da boca do Saci. Aliás, sobre isso, já na segunda história (de apenas uma página, intitulada Chico na Cidade) há um transeunte fumando charuto. Sabemos que a nicotina vicia e o alcatrão gera milhares de doenças. Todavia não podemos dizer aos leitores mais jovens que cigarro não existe. Se ele está à nossa volta, integrando nosso ambiente de vida, vamos mostrá-lo e deixar de frescura. Não falo isso apenas porque fumo; mas, sim, por acreditar que não vale a pena alienar as publicações voltadas ao público infantil. Certamente, não vamos ler um gibi onde Dona Cotinha e Bento (pais do Chico) darão um show de sexo explícito. Isso é desnecessário, até porque crianças - a maioria, ao menos - não anda nas ruas vendo cenas assim. Mas também não vamos tratar como bobos os guris de hoje, mostrando nos quadrinhos um mundo bem distante da realidade. Outras boas histórias da edição, são: Jota Kong (Turma da Mata), A Cerca (Chico e Zé Lelé), Tevê ou Não Tevê, Eis A Questão (Piteco) e Como É Difícil Dormir na Rede (Zé Lelé).

Por que ler Hellboy?

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Sempre recomendo Hellboy. A criação de Mike Mignola é um dos melhores acontecimentos dos quadrinhos. Infelizmente, muito leitor de quadrinhos apenas conhece o personagem pelas duas produções cinematográficas. Acho que há um certo receio em conhecer o personagem assim, no meio da jogada. Mas isso não é problema, pois Hellboy não possui uma "cronologia", como nos quadrinhos de heróis em geral. Essa, para mim, foi a grande jogada de Mignola: possibilitar ao leitor que pegue um volume do "bom demônio", a esmo, e o leia sem problemas. Se houver uma ou outra referência, será apenas algo bem pontual, fácil de elucidar. Aliados a essa boa maneira de manter uma HQ no mercado, destaco também os ótimos roteiros do autor, junto à sua arte limpa (mas que nos envolve nas sombras que ele não economiza). As tramas são simples, mas sem ofender nosso intelecto; em regra, exploram bastante o folclore mais bizarro de antigas nações, além do tema corriqueiro sobre a natureza "infernal" de Hellboy. O volume acima da Edição Histórica está para sair esses dias. Terá em torno de 180 páginas, com ótimo acabamento. A Mythos não facilitar no preço, então chuto algo em torno de R$ 55,00 - e volto sempre a me perguntar: o que está barato nos dias de hoje? Comprei os últimos cinco volumes e recomendo, mesmo, essa coleção. Dá para fazê-la sem estresse financeiro, pois os lançamentos são à conta-gotas. Às vezes a Mythos dá um longo tempo entre os números e, para os novatos, destaco que ela pretende relançar os primeiros volumes, já esgotados! Aliás, já está fazendo isso desde o ano passado.


Aurora

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                                                      Por entre objetos confusos,
                                                      mal redimidos da noite,
                                                      duas cores se procuram,
                                                      suavemente se tocam,
                                                      amorosamente se enlaçam,
                                                      formando um terceiro tom
                                                      a que chamamos aurora.

Texto: trecho de A Morte do Leiteiro, de Carlos Drummond de Andrade
Imagens: Kesler Tran (Fotógrafo)




HQs lidas recentemente [reviews]

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Não sou de acompanhar mensais, exceto um ou outro número de Turma da Mônica, Disney ou Bolinha. A maioria dos quadrinhos que leio são histórias fechadas, em especial publicadas em encadernados. Também leio pouco histórias com super-heróis. Nada contra o gênero; pelo contrário: na verdade, sou fã de heróis. Mas é que está difícil encontrar boas tramas com meus amados personagens multicoloridos. Gosto mais do gênero graphic novel alheio aos universos já fadigados DC e Marvel. Ressalto que nunca fui tão fã dessa denominação "graphic novel". Prefiro apenas "gibi". E os da imagem acima são os lidos recentemente. A seguir, comentarei um pouco sobre cada um. Ao final da postagem, inseri fotografias dos volumes, para quem quiser dar uma conferida na arte.

De início, chamou-me atenção a relação entre alguns desses títulos, quanto à temática: Fun Home, O Chinês Americano e Cicatrizes possuem um tom autobiográfico. Em O Chinês..., a experiência do autor é apenas inspiradora, mas a vivência pessoal está ali; nas outras duas obras, a intenção foi ser fidedigno aos fatos verdadeiramente ocorridos na vida dos autores. Outro ponto em comum: Cicatrizes, Fun Home e Guadalupe tem, como parte essencial de seu mote, o homossexualismo. Todos os gibis - exceto por Guadalupe - foram realizados pelo que chamo de "quadrinistas puros" - escreveram, ilustraram e coloriram, sozinhos e integralmente, suas obras.

Já fiz este tipo de postagem aqui anteriormente, reunindo num mesmo lugar vários comentários sobre diversas HQs lidas com certa proximidade. Acho uma maneira "econômica" de divulgar algo; embora, talvez, acabe não rendendo muitos acessos, como seria se tudo fosse feito à conta-gotas. Nesta mesma linha de resenha, recomendo a outra matéria sobre Obras mais recentes na coleção de alguns reviews.

Enfim, vamos dar uma conferida nessas HQs nos próximos parágrafos?


Esta postagem ainda está em construção.

Guadalupe

Guadalupe deixou a desejar. A HQ até começa boa. Mas desanda feio em instantes, trocando o que poderia ser uma trama simples e inteligente por um samba do crioulo-doido. Destaco, em especial o momentos onde Minerva – tio travesti de Guadalupe – ingere cogumelos alucinógenos e transforma-se numa Mulher-Maravilha mexicana para combater o arauto de uma divindade em vias de extinção (!). No meio da “luta”, a banda Village People é invocada para ajudar. Sei que certas tramas delirantes, às vezes, encontram uma boa ressonância emocional no leitor (é assim que o escritor Garth Ennis, por exemplo, se mantem respeitado entre sua legião de admiradores). Mas poucos autores conseguem isso. Nem todo mundo que se aventura no “esquisito e inusitado” - como a autora desta HQ o fez - consegue encontrar um respaldo positivo nos leitores. Não é muita gente que nasce para Grant Morrison. Considerando ser o primeiro trabalho em quadrinhos da escritora – autora de obras poéticas -, deveria ter buscado maior comedimento na trama. Já a arte de Odyr pode causar estranheza a alguns, pelo seu estilo “largado”, meio “rabisco decó”, aparentando desenhar às pressas em traços grossos. Mas já conhecia seu trabalho em Capacabana (uma boa HQ, já comentada na postagem Pelos QuadrinhosNacionais), de maneira que não me espantei com a arte do gibi – acho até que seu estilo poluído calhou bem ao retratar a poluída Cidade do México, onde a trama se passa quase totalmente.

Guadalupe, de Angélica Freitas (roteiro) e Odyr (arte), lançada em novembro de 2012 pela Cia. das Letras, com 120 páginas no formato 20 x 27 cm, em capa cartonada, toda em P&B, impressa em ofsete sobre papel paperfect, ao preço de R$ 32,00. Dá para entreter, mas decepciona para quem espera uma boa história.


O Chinês Americano

Demorei a ler esse livro, lançado em 2009 pela Quadrinhos na Cia. Uma pena para mim, pois retardei a leitura de uma narrativa agradável, recheada de bom humor descompromissado, porém inteligente. São três histórias contadas de forma paralela. A princípio, não vemos comunicação entre elas, até que todas se encontram, formando uma imagem mais nítida daquele mosaico de figuras esquisitas. Essencialmente, é uma obra sobre preconceito e auto aceitação, creio. Quanto ao título, preferiria a tradução literal do original: 

American Born Chinese.

As três histórias abordam: 1. o mito do Rei Macaco; 2. as dificuldades do filho de imigrantes chineses (Jin Wang) em adaptar-se a uma escola fora do bairro chinês onde vivia; 3. a vida do garoto Danny, que, durante duas semanas por ano, vê-se atormentado por seu primo Chin-Kee, estereótipo americano do chinês, em momentos que remetem ao sitcom gringo, inclusive com direito a palmas e risadas da plateia.


Emblemática é a história do Rei Macaco, que começa a sentir vergonha de sua natureza símia, aplicando toda sua força e sabedoria para parecer, cada vez mais, com um humano.  Ao voltar de uma festa no Céu, onde estavam várias divindades, ele sente-se humilhado pelo comentário do Porteiro, que lhe diz: “O senhor até pode ser um rei – pode ser até uma divindade – mas continua sendo um macaco”. Diante desse comentário, o Rei destrói todo o lugar, onde nenhuma divindade ali presente lhe é párea; mas, “Na volta para a Montanha Flor e Fruto, o Rei Macaco não conseguia parar de tremer. Ao entrar na sua câmara, um cheiro denso de pelo de macaco esperava por ele. Nunca tinha notado isso antes. Passou o resto da noite acordado pensando em como se livrar daquele cheiro”. Cada vez mais parecido com um humano, o Rei Macaco subjuga todos que não lhe reconhecem como um “sábio igual”, até um dia ser confrontado por Tze-Yo-Tzuh (ou melhor: Deus!), que diz ao Rei: “Macaquinho tolo. Eu criei você. E digo que você é um macaco, portanto você é um macaco”. Ressaltei os momentos sobre a identidade do Rei Macaco em razão de, no decorrer da trama, ser algo extensível aos demais protagonistas das tramas narradas paralelamente. Basta dizer que, ao final, o Rei vê-se como um macaco e sente-se em paz com sua natureza; ao encontra o personagem Jin (da trama aparentemente paralela), ele confessa: "Sabe de uma coisa, Jin? Eu teria me poupado de ficar quinhentos anos preso debaixo de uma montanha de pedras, caso tivesse percebido como é bom ser macaco". Essa prisão a que ele se refere lhe foi feita por 

Tze-Yo-Tzuh. E, para ele escapar, poderia apenas ter revertido à forma original de macaco.

Destacou-se bastante que O Chinês Americano foi o primeiro álbum de quadrinhos a ser indicado ao Nacional Book Award, um dos mais prestigiados prêmios literários do mundo. Além disso, foi o primeiro gibi a ganhar o Michael L. Printz Award de literatura juvenil.


O Chinês Americano, de Gene Luen Yang, tem tradução de Beth Vieira e 240 páginas no formato 16,0 x 23,0 cm, em acabamento brochura com capa cartonada e miolo em papel cuchê de elevada gramatura, totalmente colorido. Um trabalho caprichadíssimo.


O Gosto do Cloro

Le goút du chlore (título original) é uma HQ diferente, pois nos dá uma história silenciosa (até aí, tudo bem) e bastante parada. É até interessante seu apelo estético, com aquela água de piscina ao longo de várias páginas. Mas, conquanto seja uma narrativa gráfica que nos chama atenção pelo caráter inovador, nos dá aquela sensação de tempo perdido (e dinheiro mal gasto) ao final. Na trama, um garoto com problemas na coluna começa a frequentar uma piscina pública, por recomendação de seu fisioterapeuta. Pronto. Essa é a trama. Ele vai nadar sozinho. Às vezes, acompanhado do amigo. Conhece uma garota que não vê mais. E pronto! Até gosto de HQs mais "experimentais", por assim dizer, desde que tenham um pouco mais de enredo ou uma arte que realmente se destaque. Sei que um monte de gente encontrou vários significados nas curtas relações desenvolvidas pela nadador, enquanto na piscina. Eu não vi nada além de muita água. Quase senti o gosto do cloro lendo a HQ. É algo que não recomendo, a não ser que o sujeito esteja sem muita coisa para ler e com dinheiro sobrando. Preciso ter mais cuidado ao trazer este tipo de livro para casa, pois dinheiro não tá fácil.

O Gosto do Cloro, de Bastien Vivès, tem tradução de Maria Clara Carneiro, com 144 páginas coloridas (off-set 90g), reunidas numa brochura com capa cartonada, no formato 18,5 x 27 cm; lançada em março de 2012 pela Leya Brasil/ Barba Negra, custa R$ 49,90. Muito dinheiro para pouca HQ.

O Gosto do Cloro
Guadalupe
O Chinês Americano
Fun Home
Cicatrizes


Mônica n.º 75, uma edição nada especial

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Capa dourada, com brilho.
Suspeitei que Mônica n.º 75 não traria nada de interessante ou diferenciado, como praticamente todas as mensais MSP. E a suspeita se mostrou verdadeira. Ontem comprei e li o bonito formatinho de capa dourada. Diferentemente de Mônica n.º 54 (ou "500"), o miolo veio apenas em papel tipo pisa brite (o que não importa tanto, afinal o formatinho deve ser, mesmo, econômico). Embora a chamada na capa diga "mais páginas", o miolo possui vinte páginas dedicadas a homenagens, publicidade, passatempos e cartas. O restante é cheio de histórias tipicamente atuais: insossas. A história de abertura (7 coisas para se fazer antes dos 7) é até divertida, mas nada de mais para um número comemorativo. Tivemos, ainda, a republicação da primeira história da primeira HQ da Mônica, intitulada Mônica É Daltônica?. Fico feliz pelos cinquenta anos da dentuça e desejo-lhe vida longa. As mensais já não me agradam, mas acredito que possui seu público. Achei interessante a homenagem feita por Antonio Penteado Mendonça, Presidente da Academia Paulista de Letras (da qual o Maurício faz parte). Em um determinado momento, o texto do imortal diz: "Os gibis mostravam Mickey e Pato Donald, e então, um belo dia, apareceu a Mônica Brasileira (...)." Pois é. Vida longa a essa criação genial de Maurício de Sousa, que - conquanto de maneira mais reduzida - ainda faz parte de minha vida e, certamente, consegue agradar a milhares de pequenos leitores, que estão descobrindo o mundo da leitura e dos quadrinhos. No entanto, fica o registro: poderiam ter caprichado mais, pois a data é especial; mas a edição, nem tanto!


Cascão 50 Anos: Histórias

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Arte da capa
Ontem chegou meu exemplar de Cascão 50 Anos. Uma beleza de acabamento: capa dura, miolo em off-set grossinho e formato álbum. Tudo similar às demais edições da série 50 Anos. As primeiras páginas são dedicadas à apresentação do personagem, evolução do traço ao longo dos anos, curiosidades, capas de edições clássicas etc. Há, ainda, a introdução feita por Maurício de Sousa e, na última página, sua biografia. Ainda não li todo o volume, pois ele ficará na fila de leitura. Mas como o colega Marcos queria, de antemão, saber quais as histórias, a baixo segue a lista. Quero destacar, no entanto, trecho da apresentação feita pelo Maurício, que muito revela acerca das mudança que estão sendo implementadas na Turma (para nossa decepção): "Há 50 anos, o Cascão era um menino sujinho, que brincava no lixo e passava bem longe de um bom banho! Ele nasceu assim, mas foi mudando ao longo desses anos, como regra natural da vida". Já vimos comentários assim nos Arquivos do Maurício (escritos pelo roteirista Paulo Back para a Coleção Histórica). É uma pena. Conseguiram desassociar o Cascão da imundície e, com isso, abriram mão de possíveis ótimas histórias. Hoje, o contato dele com o lixo é apenas para fins de reciclagem. Até seu porco de estimação é limpinho! O que mais falta acontecer para a Turma da Mônica deixar de ser a Turma da Mônica?

Lista de Histórias
  1. Os Terríveis Esfumaçantes
  2. A Sobrinha que Veio Limpar o Cascão (com Cremilda e Clotilde)
  3. Lava O Prato, Lava
  4. O Cascãozão
  5. O Mistério do Cascão
  6. Gibis, Pra Que Te Quero
  7. O Rei do Deserto
  8. Reflexo Rápido (história muda)
  9. Final Infeliz
  10. Realize Meu Sonho
  11. Irmão Cascão
  12. A Tatuagem do Capitão Pitoco
  13. Vem Tomar Banho
  14. Montarias (outra trama muda)
  15. Campo de Guerra
  16. O Primeiro Banho do Cascão (estrelada pela Turma Jovem)
Arte da primeira edição Abril, reproduzida nas costas no livro comemorativo.

A Arte de Rometo Britto [Livro]

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Sou grande fã da arte de Romero Britto, artista gráfico pernambucano que, hoje, vê seu trabalho sendo replicado numa escala mundial. Na verdade, sua arte já nasceu com caráter universal; nunca foi regionalizada. Esse gênio, radicado nos Estados Unidos da América, é considerado um grande "artista do consumo" da atualidade, por emprestar sua arte e técnica a marcas diversas, numa brilhante jogada publicitária. Não é à toa que também o chamam de o "Paulo Coelho" das artes plásticas. Infelizmente, essa comparação ao famoso escritor é feita no afã de denegrir seu trabalho, pouco apreciado pela "crítica especializada".

As cores desse genial pintor nos fascinam; ainda mais no meu caso, vidrado que sou em ambientes coloridos. É fácil encontrar seu traço no cotidiano, estampando embalagens de bebidas, perfumes, capas de cadernos e souvenirs diversos, como canecas, copos e badulaques variados.

Além de entusiasta das telas pueris e multicoloridas de Britto, também gosto de livros de arte. Assim, essa publicação me agradou muito. O acabamento do livro é excelente. O caderno com os trabalho possui capa cartonada e miolo em papel tipo cuchê bem grosso, tudo protegido por uma capa dura caprichada e robusta, com detalhe em baixo relevo. Assim que abrimos o volume, a reprodução de um trabalho de Britto, em pop-up, nos dá as boas vindas. O design do livro também é competente. O único "contra" à edição foi o pôster encartado em seu miolo. Na verdade, está mais para uma página quádrupla do que um pôster, impossível de se remover sem dano ao exemplar. Penso que a reprodução de alguma tela, em maior escala, poderia vir na forma de pôster, separado. Mas esse detalhe é bobagem, diante do conjunto feliz que a edição representa.

A Arte de Romero Britto foi lançado em 2003 pela Editora e Livraria Solar do Rosário, com 84 páginas, no formato quadrado de 25 cm, com organização de Regina Barros Correia Casillo, que também assina texto bilíngue introdutório (inglês e português). O preço de capa, à época, era em torno de R$ 70,00; atualmente, varia em razão do sebo, vez que fora de catálogo.

A baixo, algumas fotografias desse belíssimo livro.






O bom humor de Renato Canini em HQs curtas e cartuns

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Linus, dos Peanuts, encontra o Dr. Fraud (tira de Canini).
Renato Canini é mais conhecido do público em geral por seu trabalho em Zé Carioca. Esse grande quadrinista gaúcho emprestou ao personagem Disney seu talento quase underground e, com isso, ganhou a admiração de todos aqueles que cultuam a figura mais malandra e preguiçosa das HQs. Há algum tempo, mantenho em meu HD as imagens desta matéria, de quadrinhos de Canini com sátiras a super-heróis e até mesmo à família Pato da Disney. Com todas essas conversas acerca da retomada da produção nacional de quadrinhos disneyanos (que já deu o pontapé inicial justamente na revista Zé Carioca), resolvi postá-las aqui. Foram colhidas a esmo na internet, mas acredito que a fonte principal sejam as revistas Patota ou a Crás! (das editoras Artenova e Abril, respectivamente). Para maior certeza dessa informação, seria necessário pesquisar bastante. Mas o tempo anda como o dinheiro: curto Enfim, aproveitem as HQs. São divertidas!

As imagens a baixo podem ser acessadas em boa resolução!






Não sei se o Homem Borracha peidou ou queimou a rosca.

Eu sou o Homem de Ferro [Boneco, Action Figure]

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Esse Homem de Ferro me chamou atenção pela beleza e preço. Vi-o numa loja de brinquedos há uns meses e não pude deixar de comprá-lo por R$ 60,00. Para uma figura bem elaborada com quase 20 cm de altura, penso que fiz um bom negócio. O único contra (para alguns colecionadores) é a falta de muitos pontos de articulação - possui apenas cinco, de maneira que pernas e braços e não se dobram ao meio. A cabeça mexe-se de maneira limitada. Entretanto, acho isso uma bobagem. Não brinco com os bonecos de minha coleção. Eles ficam imóveis na estante, quase como estatuetas. Daí, ponto de articulação, para mim, é desnecessário. Também não gosto de acessórios. Estes deixam apenas o produto caro e acho que não interessa a nenhum adulto (com raras exceções) ficar trocando armas, capacetes, mãos etc. Essa peça é fabricada pela Hasbro. Gosto desta empresa pela mesma razão que gosto da Mattel: qualidade e bons preços. Na próxima postagem, falarei um pouco de outra figura da Hasbro: Hulk esmaga!

Mais imagens, a seguir.




Hulk esmaga [Bonecos, Action Figure]

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Continuarei comentando alguns bonecos de minha limitadíssima coleção. Agora é a vez de outra peça fabricada pela Hasbro: Hulk. O Gigante Esmeralda criado pela prolixa dupla Jack Kirby e Stan Lee é totalmente feito em plástico, com aproximadamente 15 cm de altura e bonitos detalhes de sua musculatura. Ao todo, são catorze pontos de articulação (incluindo pés e mãos). Acerca de preço, não recordo bem quanto custou esse brinquedos, mas creio que em torno de R$ 50,00 (um pouco mais...). Considerando os bonecos articulados e estatuetas que são vendidos por aí por até mais de R$ 1.000,00, gosto muito quando compro algo assim, que me agrada e a um preço justo. Sei que há uma diferença abissal no acabamento entre peças de luxo e populares, mas "cada um no seu quadrado", e figuras assim são as que, às vezes, cabem em meu orçamento.

Mais fotos a seguir.




The Big Kahuna [1999]

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Quando eu era criança, tive um sonho sobre Deus. Sonhei achá-Lo escondido em um armário, no meio de uma cidade que tinha queimado. Esta cidade tinha sido destruída pelo fogo ou algum tipo de explosão. E, lá no meio dela, havia um armário de casacos, parado lá, sozinho. E andei até o armário e abri a porta, e lá dentro estava Deus, escondido. Lembro que ele tinha uma grande cabeça de leão. Mas eu sabia que não era um leão. Era Deus. E ele estava com medo. E estiquei minha mão para retirá-Lo do armário, e Lhe disse: “Não tenha medo, Deus; estou ao Seu lado”. E ficamos lá, os dois, de mãos dadas, olhando a destruição. Foi logo depois do anoitecer. Não sei o porquê, mas sempre tive esse sentimento assombroso de que eu tinha algum tipo de missão aqui na Terra.


Éden de Kioskerman [HQ, review]

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Fazia tempo que eu namorava com a HQ Éden, do argentino Pablo Holmberg (que utiliza o pseudônimo Kioskerman). Via as histórias salteadas em vários sites e sempre queria comprar a edição nacional da Zarabatana Books. O que me fazia desistir era o preço: R$ 41,00 numa brochura pequena com 120 páginas é caro, ainda mais considerando o ano de lançamento (2010). Mas esses dias peguei um cupom na internet e comprei. Ainda acho que o preço de capa é elevado. Sem dúvidas, desestimula os interessados. Só que valeu a pena pelo conjunto de histórias (tiras, quadros, cartuns?) que trouxe para minha estante. No mundo de Éden nos deparamos com criaturas diversas, desde animais (todos falantes) variados a humanoides e humanos. O caráter bucólico e mágico de cada passagem nos seduz bastante. O personagem mais constante é o Rei do Bosque (que ilustra a capa), tão ser humano quanto nenhum de nós consegue ser, mesmo nas imperfeições de caráter. O traço é simples, assim como as cores. Creio que Éden é o que de mais poético surgiu, em quadrinhos, nestes últimos anos. O humor é suave e inteligente. Não damos gargalhadas com as situações criadas em cada página (composta por quatro requadros cada uma, exceto por dois cartuns de página inteira). No entanto, ficamos sempre com aquele sorriso no canto da boca, apreciando o bom gosto, talento e perspicácia desse autor. Finda a leitura, ficamos com aquele desejo de "mais". Pena que são poucas páginas.

Toda a HQ foi realizada por Pablo Holmberg, exceto a de página 110 - uma homenagem de Miguel Nuñez ao autor e a este mundo encantado por ele criado. Já a tradução ficou a cargo de Cláudio Roberto Martini, também editor da obra em nosso País.

Para quem quiser imagens detalhadas dessa HQ, é só conferi-las a seguir. Dá até para ler algumas "tiras", vez que as fotos podem ser acessadas em maior resolução. Ainda assim, inseri algumas histórias que encontrei na internet (e que se encontram no livro).














Os novos livros de Horácio e o custo das HQs

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Não é novidade a série de livros que a Panini colocará à venda em breve, reunindo diversas histórias com o personagem mais filosófico, querido e emblemático do universo Turma da Mônica. O título: Horário e Seus Amigos Dinossauros. A capa está belíssima, remetendo ao caráter contemplativo do pequeno rex.

A origem de Horácio é obscura. Ele nasceu em um ninho abandonado ao relento e, por isso, sempre empreendeu jornadas em busca de uma mãe (o que rendeu histórias memoráveis, logo tornadas clássicas). Em Mônica n.º 30 (outubro de 1972), ele teve uma origem diversa (logo esquecida), onde o Piteco teria, acidentalmente, chocado seu ovo, após sentar em cima pensando tratar-se de uma pedra. Enfim, não importa a origem. O próprio nome já diz tudo: Horácio, poeta e pensador romano (60 a.C.). E o Horácio dos quadrinhos nos dá, justamente, contos ricos em poesia e filosofia.

Horácio é o personagem escolhido por Maurício de Sousa para expressar-se de uma maneira mais introspectiva, inclusive quanto aos medos e angústias do ser humano. Ainda hoje (dizem) que o próprio velhinho encarrega-se de alguns roteiros do personagem. Não é à toa que, em sua conta do Twitter, Maurício escreveu: “Esperei a vida toda por esta coleção!”.

Acredito que esses livros sairão enquanto venderem. Nada no MSP tem prazo certo. Publicam enquanto vender, como a Coleção Histórica ou Clássicos do Cinema, por exemplo. Aí, penso o quanto pode sair caro uma coleção assim, toda em formato álbum, com capa dura. Acredito que cada volume custará em torno de R$ 50,00. Somando-se à enxurrada de publicações que normalmente um fã de quadrinhos acompanha, pode pesar no bolso e levar o consumidor à desistência. Em 1993, a Globo já havia editado álbum com o mesmo título, com 114 páginas e capa cartonada. Penso que isso poderia ser mantido. O miolo em pisa brite da Panini é bom, assim como a impressão. Volumes mais baratos (embora com algum zelo) seriam bem vindos.

A Panini utiliza, comumente, parques gráficos estrangeiros, onde a qualidade gráfica e de acabamento é de excelente nível e a baixo custo. Com isso, vem pondo à venda edições luxuosas em capa dura e papel cuchê por até R$ 20,00. Mas, na linha MSP, esses preços nunca são assim tão acessíveis. Só podemos aguardar...


Ah, Jodie Foster...

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Acho que me tornei fã de Jodie Foster quando vi O Silêncio dos Inocentes pela primeira vez. Era fácil compreender por que Hannibal Lecter sentia vontade de comê-la de uma forma diferente da que lhe era preferida: au naturel. Infelizmente, embora o papel no filme de Jonathan Demme tenha lhe rendido o segundo Oscar de melhor atriz, Jodie recusou participar da sequência (Hannibal, dirigido por Ridley Scott). Chato isso. Mas mostrou apenas do que o estrelado é feito: antipatia e esnobismo. É notório que essa estrela do cinema atual é lésbica. No entanto, isso não muda sobre a atração que ela exerce sobre vários fãs. Na verdade, até dá mais tesão! Em nossas taras, penso que seu papel em Nell (1994) foi onde sua beleza natural mais foi ressaltada. Enfim, não sei o porquê de escrever, agora, sobre os papéis de Jodie Foster, quando essa postagem é apenas para divulgar seu ensaio sensual feito quando bem mais jovem. Deliciem-se com as imagens a seguir (todas acessíveis em maior resolução).



Grandes momentos...

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Jurei mentiras e sigo sozinho.
Meu cartão de crédito é uma navalha.
Você já tentou varrer a areia da praia?

Postagem bastante acessada e novo blog

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Dados do dia 29/03/2013.
Uma postagem vem recebendo bastantes acessos diários aqui no blog. Trata-se de O Astronauta e a Filosofia. Fico sempre com a pulga atrás da orelha como essas postagens chamam atenção e conseguem tantas visualizações. Há algum tempo, mostrei que a reunião de tópicos sobre A Turma da Mônica e a Filosofia também estava com muitos acessos. Às vezes, penso que pode ser consequência de algum link que deixei em comunidades virtuais - como no Orkut, por exemplo.

Certa vez, notei que um post reunindo diversos óleos de Carl Barks estava com uma frequência diária bem elevada de visualizações. Descobri, posteriormente, que tudo se devia a um link de meu blog postado num fórum em espanhol, por um usuário de lá. São coisas que me deixam curioso...

Mudando um pouco de assunto (mas não tanto, vez que ainda dentro dos temas "blog" e "dentuça"), recomendo - para os que ainda não o conhecem - o novíssimo site Arquivos Turma da Mônica, elaborado pelo Marcos, um cara que realmente tem o que oferecer sobre esse maravilhoso universo criado por Maurício de Souza.

Conheça a HQ Magnetar de Danilo Beyruth

Gregory Crewdson por Alec Dawson

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Resolução: 1920 x 1255.
A influência de Gregory Crewdson sobre fotógrafos contemporâneos é grande. Esses dias me deparei com a imagem a cima e imaginei ser do próprio Crewdson. Mas, no canto da imagem, estava a indicação do site do artista responsável por esse trabalho (em um trabalho talvez mais light). Conquanto aparentemente simples, trabalhos assim requerem árduo esforço coletivo, entre maquiador, iluminador, cenógrafo e pessoas habilitadas ao tratamento digital posterior (dentre tantos outros). O resultado ficou bonito. Se Alec Dawson queria capturar a melancolia da existência vicinal norte-americana, conseguiu.
  • Conheça um pouco mais do trabalho de Gregory Crewdson.
  • A abaixo, seguem mais imagens de Crewdson, que não estão na postagem do link a cima.





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